terça-feira, 7 de dezembro de 2010

A sociedade em que vivemos carrega consigo uma série de novidades ainda não digeridas por pesquisadores, analistas e muito menos pelos cidadãos.
A grande quantidade de informação, aliada às novas tecnologias, está construindo uma nova realidade pós-moderna, transformando e recombinando tudo o que já se viu, especialmente no que diz respeito à Mídia.
Para buscar melhor entendimento deste desafiador cenário, mostra-se de fundamental importância a análise dos fatores que contribuem para a construção desta nova sociedade da informação, também chamada “cibercultura”. Entre os fatores determinantes para esta nova realidade, destacam-se: a “hiper-informação” e o poder individual voltado para o social, conforme analisamos a seguir:

  1. A Era da Hiper-Informação
Vivemos na Era da Informação. Vivemos numa era de bombardeios diários e ininterruptos de todo tipo de informações: jornalísticas, publicitárias, inúteis...
Segundo pesquisa publicada pela Universidade de Berkeley, cada cidadão recebe atualmente cerca de 34 Gigabytes de informação por dia. É evidente que não é possível assimilar todo o conteúdo a que estamos expostos.

Assim como aqueles sujeitos que vivem próximos às linhas de trem e encontram maneiras de se ajustar ao barulho, os cidadãos estão encontrando maneiras de se ajustar ao “barulho midiático’ atual. Como conseqüência, filtros são criados consciente e inconscientemente, fazendo com que apenas aquilo que lhes é relevante seja absorvido; a maior parte é descartada. E-mails, folhetos, outdoors, comerciais de TV e rádio, sites, tudo é filtrado pelo cidadão pós-moderno, com cada vez mais intensidade. Falar com este público é um desafio sem precedentes, considerando que aquilo que sempre funcionou, talvez não funcione mais; ou, no mínimo, não seja tão eficiente como antes.
 
A este imenso turbilhão informativo, soma-se o avanço tecnológico, que permite a disseminação de conteúdos de maneira global e instantânea, como jamais ocorreu na história. Além do acesso à informação, o novo cidadão contemporâneo pode facilmente produzir e compartilhar conteúdo, criando um novo e determinante fator, baseado no poder individual de milhões de novos produtores de informação.

  1. O poder individual e a força social
Até a primeira década dos anos 2000, o poder da mídia esteve concentrado nas mãos de poucos. Donos de emissoras de televisão, de rádio, revistas e jornais eram os detentores do “poder” da comunicação. Eram eles que ditavam as regras; eram eles que pautavam o que deveria ou não ser notícia; eram eles que criavam e destruíam celebridades, hits, modas e tendências. Eram. A internet, especialmente suas ferramentas “2.0’ , abriram as portas da produção de conteúdo para os indivíduos. Está sendo formada uma nova geração que não se satisfaz apenas em receber; ela quer contribuir, colaborar, compartilhar. É a geração que publica vídeos no Youtube, textos no Wikipédia, compartilha seu dia-a-dia no twitter, Orkut e Facebook, além de tantas outras redes sociais.

Hoje, os blogs ocupam espaço lado a lado com os portais das grandes redes como os novos formadores de opinião. Como disse Chris Anderson, hoje as “formigas têm megafones”. E elas têm muito a dizer. Essas formigas querem compartilhar suas experiências, criticar serviços, elogiar empresas, dar opiniões sobre política, esportes e sobre tudo o que é relevante para sua vida.

3. O Mundo Social

Assim, vimos que essas transformações estão impactando os mais variados setores da sociedade, sobretudo os meios de comunicação. A mídia tradicional já está se reinventando para sobreviver neste novo mundo. Novas mídias aparecem para dar vazão a estes anseios do novo cidadão 2.0., que é um consumidor 2.0, eleitor 2.0, indivíduo 2.0.

Essas características contribuem para a constatação que de fato vivemos num mundo novo. Um mundo onde a socialização da informação já é realidade. Seja para cobrir as eleições no Irã, idolatrar o Justin Bieber ou a Lady Gaga ou mesmo pedir para o Galvão calar a boca: agora, a mídia é social. E o poder da mídia agora está nas mãos de milhões de pessoas que, juntas, ditam o que são as novas tendências, ou os “Trending Topics”. Os monopólios da mídia de massa tradicional estão ruindo num mundo cada vez mais social. Estejamos preparados!

Autor: Ney Queiroz de Azevedo, Mestre – PUC/PR. Professor de Mídia, Novas Mídias e Tendências em cursos de MBA e graduação. Diretor Executivo do Grupo Outdoormídia. Palestrante, especialista na área de mídia e novas mídias e Editor do blog www.midiaeconsumo.com.br

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